SIMBOLISMO
SIMBOLISMO NO BRASIL
Movimento literário marcado pela musicalidade e crítica à realidade
Cruz e Sousa foi o responsável pelo início do Simbolismo no Brasil.
Características do Simbolismo
Qual obra marcou o Simbolismo no Brasil
João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis).
Ele era filho de ex-escravos, mas sua educação foi patrocinada por uma família de aristocratas (antigos proprietários de seus pais). Foi assim que ele estudou no Liceu Provincial de Santa Catarina.
Desde pequeno, tinha uma inclinação para as artes, língua e literatura. Em Santa Catarina trabalhou como escritor no jornal abolicionista “Tribuna Popular”, além de ter sido diretor.
Características das obras de Cruz e Souza
A obra de Cruz e Souza é marcada pela musicalidade, subjetivismo, individualismo, pessimismo, misticismo e espiritualidade.
Tal qual as obras de outros poetas simbolistas, seus escritos estão repletos de figuras de linguagem: metáfora, aliteração, sinestesia, etc.
Dentre os temas mais abordados pelo autor estão o amor, o sofrimento, a sensualidade, a morte, a religião, além de temas associados ao abolicionismo.
Curioso notar que em suas obras e escritos, podemos constatar sua obsessão e predileção pela cor branca.
Principais obras de Cruz e Souza
Dentre suas obras mais destacadas estão:
- Missal (1893)
- Broquéis (1893)
- Tropos e fantasias (1885)
- Evocações (1898)
- Faróis (1900)
- Últimos Sonetos (1905)
CURIOSIDADES:
João da Cruz e Sousa, o precursor do simbolismo no Brasil, era também chamado de o Poeta Negro.
Faleceu a 19 de março de 1898 no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio, para onde fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Permaneceu sepultado no Cemitério de São até 2007, quando seus
restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.A relação entre tuberculose e literatura é antiga. Aqui vão outros grandes poetas brasileiros que também morrem com a doença: Castro Alves, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos, Manuel Bandeira, etc.
Cruz e Sousa é um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15.
Homenagens: Há no município de Florianópolis, onde ele nasceu, uma casa antiga ao lado da praça XV de Novembro, chamada de palácio Cruz e Sousa, onde encontram-se seus restos mortais. Além disso, vários municípios o homenageiam usando seu nome para nomear ruas e avenidas.
Alphonsus de Guimaraens
Afonso Henrique da Costa Guimarães nasceu em 24 de julho de 1870, na cidade mineira de Ouro Preto. Filho de um comerciante português e uma brasileira, realizou os estudos primários e secundários em sua cidade natal.
Estudou Direito em São Paulo e terminou o curso em Minas Gerais. Durante sua vida acadêmica ele já escrevia para diversos jornais. Como advogado, Guimaraens trabalhou como promotor e juiz em Minas Gerais.
Um evento muito doloroso para o escritor foi quando Constança, sua noiva e prima, morre precocemente aos 17 anos. Na época, ele tinha 18 anos e esse fato tornou-se predominante na sua poesia que esteve repleta de melancolia.
Após o evento, Alphonsus se entrega à vida boêmia. Apesar disso, casou-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e com ela teve 14 filhos.
Dois deles seguiram os passos do pai e se tornaram escritores: João Alphonsus (1901-1944) e Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008)
Em 1899 publica seu primeiro livro de poesia: Dona Mística. Numa de suas viagens, conheceu Cruz e Souza no Rio de Janeiro, o precursor do movimento simbolista no Brasil.
Principais obras e características
A obra de Alphonsus de Guimaraens apresenta marcas como o misticismo, a espiritualidade e a religiosidade católica. A escolha dos temas como a morte, a dor e o sofrimento advém de sua própria história. Isso porque após a morte precoce de sua prima Constança, ele usa a escrita como forma de expressar seus sentimentos e angústias.
Ainda que tenha explorado a prosa, foi na poesia que Alphonsus teve maior destaque. De sua obra poética destacam-se:
- Setenário das dores de Nossa Senhora (1899)
- Dona Mística (1899)
- Cãmara Ardente (1899)
- Kyriale (1902)
- Pauvre Lyre (1921)
Obras póstumas:
- Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923)
- Poesia (1938)
Poema:
Ai Dos Que Vivem, Se Não Fora O Sono
Ai dos que vivem, se não fora o sono!
O sol, brilhando em pleno espaço, cai
Em cascatas de luz; desce do trono
E beija a terra inquieta, como um pai.
E surge a primavera. O áureo patrono
Da terra é sempre o mesmo sol. Mas ai
Da primavera, se não fora o outono,
Que vem e vai, e volta, e outra vez vai.
Ao níveo luar que vaga nos outeiros
Sucedem sombras. Sempre a lua tem
A escuridão dos sonhos agoureiros.
Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte...
Só a vida, que se esvai, não mais nos vem.
Mas ai da vida, se não fora a morte!
Alphonsus de Guimaraens, em “Obra completa”. [organização Alphonsus de Guimaraens Filho]. Biblioteca luso-brasileira – Série brasileira, 20. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960. (publicado originalmente no ‘Jornal do Comércio’, Juiz de Fora, 23 mar. 1919).
- O nome "Alphonsus Guimaraens" é um pseudônimo escolhido pelo poeta.
- Ele também era conhecido como o “Solitário de Mariana”.
- O poeta era sobrinho do escritor Bernardo de Guimarães (1825-1884), pai de Constança.
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